quarta-feira, 26 de novembro de 2008

VINCULA

a alma humana desvinculada
sem rio ou ...trânsito
é um caminho sem volta
....................trans-vinculada
seu sentido desvirtuado
........................virtual procedimento
sem rio ou ...trânsito
é um completo-giro de revolta
a alma humana descaminhada
nada......produz
em si mesma desarticulada
harpa desafinada
flor tesa seca vã
não se propõe a
nada re-produz
........se produz
........de.......luz
a alma humana transubstanciada
a alma humana profanada
é um túmulo
........de
nada

QUESTÕES METAFÍSICAS EM TORNO DA HISTÓRIA

....O Brasil já foi livre
.........................colônia
.........................metrópole
.........................império
.........................ditadura
.........................república
só não perguntaram
pro Brasil
o que queria ser.

QUESTÕES METAFÍSICAS EM TORNO DAS TRADUÇOES

Não se traduz saudade ou sertão
traduz-se sim várias outras coisas
mas certos sentimentos certos lugares
só existem em palavras algumas
resfolegadas em memórias e imaginários
o místico o amor a culpa sem duvidalguma
são coisas em palavras perdidas
memórias e imaginários
verdades em coisas destribuídas
palavras que o homem não traduz
mas sente.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A MINHA RUA

A minha rua não é meu país.
A minha rua.......é
.............................meu
....................................Mundo
Nela estão todas as pessoas
.................todos os seres
.................todos os sabores

Não vivo além dela.
Por ela passam todos os viajantes
navegando na minha imaginação.
E se indo pela
minha rua de paralelepípedos extravagantes
desfazem minha solidão.

A minha rua
....................não é
..............................só
a minha rua.
A minha rua.......é
a............rua
de todos estes viajantes
de todos que nela pisam.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

POR QUE NÃO PÓS-MODERNO

É lugar comum hoje anunciarmos a era pós-moderna, mas o que vem a ser a pós-modernidade, e qual a sua influência nas nossas vidas?

Por ter vindo da área de exatas e só depois migrado para a literatura, tenho uma forte ligação com conceitos e as abstrações, lembro firmemente de uma professora de matemática ao responder-me o porquê do conceito de logaritmo dizer prontamente: “conceito é conceito, não se discute, se aceita!” O que isto quer dizer? Para a física e a matemática, só existe questionamentos a posteriori dos conceitos, não se pode questionar o que não se pode conceituar.

Assim, conceituaremos o pós-moderno: pós, obviamente é aquilo que vem depois. Moderno, diz meu dicionário Ruth Rocha: adj 1 Do nosso tempo. 2 Recente. 3 Moço. sm pl 4 Os que vivem na atualidade. E temos um conceito, e um bom conceito, pós-moderno é aquilo que vem depois do que existe hoje.

Ora, como pode haver algo hoje que é de, por definição, após o de hoje, por ventura veio do futuro através de qualquer máquina que não exista?

Isso ocorre porque queremos nos anunciar APÓS um período que já passou – passou mesmo? –, qual à moda dos Iluministas. Quem foi que disse que o período anterior à invenção da escrita pelos sumérios é a pré-história, quem decidiu que a contagem das eras deveria ser dada pelas revoluções européias, que a Antiguidade termina com a queda ocidental de Roma, e a Idade Média termina com a queda oriental de Roma. Quem disse que a Modernidade começa com a Revolução Francesa? Ora, eles mesmos. Ou por acaso é de se imaginar que alguém ao ver uma armadura na era dos paladinos carolíngios dissesse veementemente: “ora, esta armadura é tão medieval!” Ou quando ouvissem pela primeira vez o que Homero fez de tão revolucionário dissesse a ele: “isso que você compôs é tão antigo!”

Nós estamos num dilema: vivemos após o quê mesmo?

Dizemos, pelo menos no ramo das artes que a Modernidade dá-se com o surgimento do Simbolismo/Impressionismo, nas ciências é com Lavoisier, na política é com a Revolução Francesa. A pós-modernidade não tem data consensual, nem entre seus correligionários, uns afirmam que é pós 2º guerra, outros pós 68, quando é que começa a pós-modernidade não posso afirmar, pois sou moderno, a mim não credito nenhuma faculdade de estar fora de meu tempo, ser um homem preso a uma época passada que não me pertence. A pós-modernidade é o dilema de todo homem de direita que não consegue se perceber como pertencente à era das vanguardas (fim século XIX até metade do século XX), e sim preso à era da Indústria Cultural, à comunicação de massas, ao entretenimento enlatado, à arte pop, isto é, de massiva reprodução, cujo temário principal é a massiva reprodutividade da arte.

A pós-modernidade não é possível, pois, nós não nos livramos dos meios de produção modernos, isto é, o capitalismo baseado na mais-valia. Acirra-se a força do capital financeiro, mas ele sempre existiu – que diga a bolsa de New York em 1929 –, apenas tomou a força de linha mestra do capital no lugar da força produtiva. Isto é, no sistema capitalista moderno – não pós-moderno, pois se verifica na atualidade – a produção de bens está subordinada ainda mais ao seu valor de troca, isto é, a marca assumiu a aura de valor absoluto em si mesmo, eis que uma bolsa de “marca” e uma “pirata”, por mais que sejam a mesma e idêntica, tenham valores de mercado diferentes, embora possuam o mesmo valor de uso. Não houve em nossa sociedade uma única mudança, irrisória que seja, na estrutura social que permita, por menor que seja, a uma mudança de classificação dos nossos tempos. Não passamos por nenhuma evolução, não estamos em nenhuma revolução, estamos sim, sentados no mesmo patamar em que estavam os nossos avós, sob a égide fria do Capitalismo financeiro.

Apregoa-se que um dos maiores elementos da pós-modernidade é a convergência e a criação de novos meios, assim o blog – que uso – e o poema digital – que não cultuo – são os novos passos da pós-modernidade. Destarte Machado de Assis é pós-moderno, afinal ele foi um dos primeiros a utilizar o jornal como meio de publicação de arte: romances, contos, crônicas, críticas, inclusive aos 15 anos estréia em jornal com um poema. Isto não é utilizar os meios novos para publicação, o que os blogueiros fazemos? E Mallarmé é o quê então, que se aproveitou de todas as possibilidades que a tipografia “avançada” – para os padrões da época – permitia para escrever o seu monumental A Coupe de Dés? Aproveitar-se dos meios novos para publicação, e aproveitar-se ao máximo das possibilidades que as novas fontes permitem não tem nada de pós-moderno, mas sim de moderno (isto é, daquilo que todo homem criativo faz em sua própria época).

E isto assusta o pós-modernismo (é todo ismo fanatismo?). Afinal, como classificar-se na era da comunicação de massas? Ora, isto é impossível, seria mais produtivo classificar o passado, o que possibilita afirmar que a posição autoritária e eurocêntrica dos iluministas é ainda mais lúcida e sagaz – embora mais de 200 anos no passado – do que a atual. Nós sempre somos modernos, os pós-modernos ainda virão, e quando vierem, serão o que são, o que nós somos, contemporâneos de si mesmos, serão apenas modernos.
Aos seus padrões.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

PRAÇA DA ALEGRIA

Falação excessiva
Barulho excessivo
Rostos tristes se bem procurar
Tristeza em cada rosto
Onde está a alegria? Não há alegria
Só pessoas indo e vindo pensativas
Discussões e conversas
Eu fico de longe e observo
Enquanto a praça padece de Alegria
Exceto eu excessivo padeço na Alegria

quarta-feira, 9 de abril de 2008

SOB A INSÍGNIA DO PODER

Sobre quantas Autoridades minha autoridade deve passar?
Meus cílios não se fecham
sob o risco de não mais se abrirem,
Me ordenam que eu durma, apenas flutuo.
Desperdiçada a minha consciência
não aceita a derrota:"
O fim antes da desgraça
!"
Mil homens fardados
deles 20 têm estrelas no peito
mas só um porta o chicote,
marcham com bandeiras de movimentos
gritos de guerra e palavras de ordem
exigindo que eu me retire e pense.
Eu penso.
Não há futuro sob a insígnia do Poder.
Eu venço
os degraus de uma escadaria tortuosa
pensando em quantos inimigos tem o Estado.
Olho para todos eles
_______________são tristes porque têm que se aliar ao poder
Eu os convenço
que seria melhor que fossem como Édipo
E diante de meu suicídio ritual
desmantêm sua marcha impecável.

terça-feira, 25 de março de 2008

Não Ser Rei

_____não ser
__________rei
_____não serei
meu mundo é pequeno
cabe na mão
mas nadam mil
________serei
____________as
se afogando no meu coração.

sábado, 22 de março de 2008

As Frestas

três vezes
chorai, chorai, chorai
pois perdeste tudo.

três vezes
gritai, gritai, gritai
pois perdeste tudo.

três vezes
clamai, clamai, clamai
pois perdeste tudo.

E agora
______que não morreste
______que__________a vida
________________é__tão_dura
______que não_______tens_.mais nada
______que remédio, que solução?
chorar___n
gritar_____ã
clamar_____o
___________im
_____________por
________________ta
__________não trarão tudo de volta
_não farão ninguém feliz
____que___tal
______________fechar a porta, botar o chapéu e ir embora?

Anjos

________________a_a
_________________s
________________de um anjo
_____________________hoje não
________________quero estar só.
______________________Lacunas
______________________lá no cu dos átomos.
________________Filhos
____________________de mães
__________________________putas que brincam por prazer.
________________a_a
_________________s
________________Nós nos encontramos
________________Não nos vemos.
________________a_a
_________________s
___________________saudades
___________________rebeldes
____________Anjos____comem___Crianças
____________Crianças__comem___Anjos
____________Todo____ciclone____Gira
____________________quando___Gira
_____________A flor
_________________da Saudade.

O

Acreditar que metafísica é real,é o mesmo
de viajar em realidade virtual,
meu amor não tem sexo
meu amor é assexual.

Namoro pela Net, Sexo Virtual,
tendências modernas,
amor sem igual,
sem olhos, boca, seios ou pernas.

Façanhas não registradas,
artimanhas inventadas,
Cyber-espaço-send to-espaço sideral
download de sentimentos, normal.

Cartinhas de amor, vírus Iloveyou,
gente que morre, gente milionária,
tela preta-céu azul,
coraçãozinho de natal com fração embrionária.

Bolsa Virtual, fração de segundo,
dinheiro de todo o mundo,
pedaços de meios, e-mail de Natal,
tô morando na Paraíba, errou o local.

Não tenho medo de solidão,
sou eu mesmo com mecânico coração,
vou mandar fazer um clone de mim mesmo
e tirar dele os meus erros.

Senha secreta, o que me importa é criptografia
de guerra com segredos de morte,
é mais divertido arrombar os códigos de cofre-fortes
a passear de mãos dadas em lindo dia.

Que meu coração seja
gorduroso e sedentário
e no meu aniversário
eu quero um barril de cerveja.

Televisão e comunicação de massa,
óleo, ópio, gordura e Jesus Cristo,
tudo isso na tv, espero que Deus não ouça isto,
mas não agüento mais essa farsa!

E já vou longe demais,
abro um site de terrorismo,
e vou explodir o mundo com lirismo,
canções românticas com teor superficial e banais.

Eu confundo metafísica com real,
meu amor é transcedental,
desligo o pc, saio da frente da tv
e vou aos braços do meu amor fazer bebê.

terça-feira, 18 de março de 2008

olá quem adentra!

oi, finalmente eu decidi espalhar pelo mundo um pouco de mim!
aqui de forma informal pretendo
publicar um pouco dos meus poemas!
é quase uma afronta ao mundo,
publicar aquilo que escrevo!
não fazê-lo seria uma afronta a mim mesmo!

Sejam todos bem vindos!